quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A incrível revolução contra ditaduras no Oriente Médio





Tudo começou no dia 17 de dezembro de 2010, quando o jovem tunisiano Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo em sinal de protesto contra o governo. O que causou uma grande revolta popular que culminou com a renúncia do presidente Zine al-Abidine Ben Ali, que estava no cargo desde 1987, em janeiro. Como deu certo na Tunísia, as pessoas de outros países do Oriente Médio que vivem sob regimes ditatoriais, passaram a se rebelar exigindo a saída imediata de seus presidentes.Entre as revoltas, a que teve maior repercussão foi a do Egito. Foram 18 dias de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, que estava no cargo há 30 anos. Foi uma enorme revolta popular, milhares de pessoas protestando juntas contra um regime autoritário e anti-democrático. A pressão foi gigantesca, fazendo com que a renúncia tornasse inevitável em 11 de fevereiro.A onda de protestos continuou pelos países árabes. Argélia, Iêmen, Jordânia, Irã e Marrocos estão convivendo com esses protestos atualmente. Bahrein e Líbia estão convivendo com os protestos mais graves. No Bahrein, a revolta é contra a monarquia sunita, que dá menos direitos aos xiitas que são inclusive discriminados. A onda de protestos no Bahrein, culminou com o cancelamento do GP do Bahrein na Fórmula 1, que seria dia 13 de março. Na Líbia, os protestos são mais violentos contra o ditador Muammar Kadafi, que governa o país há 42 anos. Há estimativa de que mais de 200 pessoas morreram naquele país, mas como a imprensa internacional é contida, esse número pode ser ainda maior.
Definitivamente, o povo cansou de ditaduras corruptas que não ajudam em nada seus países. Já que as grandes potências mundiais vivem regimes democráticos valorizando os direitos humanos das pessoas. Em alguns lugares, essas revoltas populares já deram certo. Nos países onde os protestos continuam espera-se que não haja a desistência das pessoas em fazer uma revolução pacífica. A importância é para não ocorrer nenhum conflito armado com esses protestos, pois se isso acontecer, ao invés de uma revolta popular, pode gerar uma guerra civil.




Comunidade internacional comenta morte de Kadafi e fala de chance de futuro democrático para Líbia



TRÍPOLI - Líbios ao redor do mundo comemoraram nesta quinta-feira a morte do ex-ditador Muamar Kadafi . Organizações e líderes internacionais também comentaram o fim da luta contra o regime de 42 anos do ex-líder, reforçando que a morte do ditador é uma oportunidade para a Líbia construir um futuro democrático.
O vice-presidente americano, Joe Biden, afirmou nesta tarde que o povo líbio "tem mais chance" com a morte de Kadafi. Biden parabenizou os líbios por ter tirado o ditador do poder e disse que os EUA fizeram a coisa certa ao apoiar o movimento insurgente, em março passado. Em visita oficial ao Paquistão, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que esteve na Líbia nesta terça-feira, disse que a morte do ex-líder líbio é uma oportunidade para o país "seguir em frente para o futuro". O presidente Barack Obama deve fazer um pronunciamento às 16h (horário de Brasília)
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi um dos primeiros aliados estrangeiros do Conselho Nacional de Transição (CNT) a se pronunciar. Em Londres, o premier disse que "hoje é um dia para lembrar de todas as vítimas de Kadafi".
- O povo da Líbia tem hoje uma grande oportunidade de construir, eles mesmo, um futuro forte e democrático - disse Cameron.
Além de Cameron, o presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel reforçaram o coro por uma Líbia democrática pós-Kadafi. Merkel disse que morte de ditador significa "caminho livre para a paz". Sarkozy, que é um dos principais aliados internacionais do CNT ao lado do premier britânico, também não fugiu muito da linha pela democracia.
- A libertação de Sirta deve ser um sinal do começo do processo acordado pelo CNT para estabelecer um sistema democrático em que todos os grupos do país sejam representados e as liberdades fundamentais sejam garantidas - disse o francês.
Em comunicado conjunto, Herman van Rompuy e José Manuel Barroso, presidentes do Conselho Europeu e a Comissão Europeia respectivamente, afirmaram que a morte de Kadafi "marca o fim de uma era de despotismo e repressão".
"A Líbia pode hoje virar uma página de sua história e começar um novo futuro democrático", escreveram os órgãos europeus.
A Anistia Internacional também se manifestou nesta quinta-feira, pedindo justiça para todos os envolvidos nos casos de desrespeito de direitos humanos durante o regime de Kadafi. Não se sabe ao certo quantos civis morreram durante seu governo nem durante o levante popular que levou à queda do ditador, mas soldados do CNT encontraram recentemente valas comuns com mais de mil corpos de supostos opositores de Kadafi executados.
- A morte de Muamar Kadafi não deve impedir que suas vítimas na Líbia de ver a justiça sendo feita. Muitas autoridades líbias são suspeitas de graves violações de direitos humanos cometidos neste ano e em momentos anteriores, incluindo o infame massacra na prisão de Abu Salim, em 1996, e elas devem responder por seus crimes - disse Hassiba Hadj Sahraoui, vice-diretor para Norte da África e Oriente Médio da Anistia.
A Otan ainda não se pronunciou sobre a morte do ditador, mas declarações recentes levam a crer que a aliança deve continuar a apoiar o CNT, mesmo depois da morte do ditador. Stephen Harper, primeiro-ministro do Canadá, país que participa da ofensiva na Líbia, disse, entretanto, que deve começar a retirada das tropas do país dentro de poucos dias.
Membros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial que estiveram semana passada no país afirmaram que devem retornar a Trípoli dentro de alguns dias. Segundo o porta-voz do FMI, o objetivo e fornecer ajuda ao país em reconstrução. A União Africana também anunciou que vai levantar a suspensão à Líbia e afirmou que o novo governo do país já pode assumir a cadeira de Trípoli na organização.




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