quinta-feira, 17 de março de 2011

Ainda bem que existem pobres no MUNDO!

Todas as sextas-feiras, desde 2007, eu viajo para a maravilhosa cidade de Pires do Rio para dar aulas no colégio Sagrado Coração de Jesus. A escola é muito tradicional na cidade e ocupa o espaço de um quarteirão, juntamente com a Igreja e o prédio do ensino fundamental.

Na última sexta, 10/03/11, os alunos foram no horário da 2ª aula pra igreja assistir a celebração da missa que abre a quaresma e a campanha da fraternidade que esse ano tem o tema: FRATERNINDADE E VIDA NO PLANETA.


No final da missa os professores de Geografia da escola e o Professor Benício, de Química foram (omos) chamados para dar uma mensagem para os alunos acerca da preservação do Meio Ambiente.

No meu discurso, um tanto quanto inflamado, eu proferi a polêmica frase: Ainda bem que existem pobres no MUNDO! Frase essa que isoladamente pode parecer estranha mas tem muito significado. Explicarei o que eu quiz dizer:

O ser humano atravessou três importantes revoluções tecno-científicas ao longo de sua hístória que marcaram profundamente o nosso modo de vida e a relação do homem com a natureza.

A Primeira foi no Neolítico, com a descoberta/invenção da agricultura que transformou o homem de nômade e primitivo em Sedentário e possibilitou a criação de uma estrutura social que culminou nas primeiras civilizações.

A Segunda foi mais recentemente com o a revolução industrial que transformou o homem de Rural e Subsistente em Urbano e Consumista.

A Terceira é bem recente e está ligada ao avanço da Globalização e da tecnologia moderna que modificou drasticamente a sociedade mas que não foi ela TODA.

Atualmente verifica-se um controle quase absoluto sobre o meio, que reforça as idéias possibilistas e nos gera muitos questionamentos. Será que a Terra comporta o nosso modo de vida altamente consumista? Será que a preservação da natureza será feita com uma mudança de toda a sociedade em conjunto ou em cada um de nós?

Nós consumimos mais de 6 vezes a quantidade de energia que nossos avós quando eles tinham a nossa idade. Usamos muito mais embalagens descartáveis que a 10 anos atrás. Na verdade não são só as embalagens que são descartáveis mas também os próprios produtos, que são feitos pra estragar rápido para logo substituir por "novos" produtos.

Muitos produtos ainda estão em pleno funcionamento quando nós os trocamos por outros pois ficam fora de moda muito rápido. Isso é tudo planejado.

O que quase ninguém percebe (Pois vivem na matrix da sociedade globalizante) é que essa alta pressão sobre o nosso planeta é INSUSTENTÁVEL. Se todos os 6 bilhões de pessoas consumisse o mesmo que um típico jovem de classe média brasileira, não teríamos matéria-prima o suficiente e nem mesmo energia. É isso mesmo, CARA PÁLIDA, a Terra não suportaria. Se tiver dúvida, faça esse teste no site Pegada Ecológica.

A cada dia que passa as grandes corporações se espalham no mundo e o comércio é amplamente incentivado. Quem já consome, aumenta o seu nível de uso da natureza e quem ainda não consome vai entrando na festa da globalização. Estamos queimando a nossa gordura. Estamos num carro acelerado em direção ao muro e vamos BATER. A degradação da natureza é apenas um dos problemas desse processo.

Os Pobres da África Subssariana, do Sudeste asiático, da América Latina são o fiel da balança que está sendo discutida com a campanha da fraternidade. Ou se inicia um processo de conscientização rápido baseado em valores de sustentabilidade e de combate ao desperdício, que valorize o coletivo e não o individual ou então serão palavras lançadas ao vento.

A julgar pelo que estamos fazendo com as nossas crianças, acho que o caminho do despertar da preservação está cada vez mais distante.

Vejam esses vídeos que ilustram o que foi exposto:



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