quinta-feira, 28 de junho de 2012

ÁFRICA - BERÇO DA HUMANIDADE E DO CONHECIMENTO





domingo, 24 de junho de 2012

Defina sua ética quanto antes possível. A ambição não pode antecedê-la, é ela que tem de preceder à sua ambição


Ambição é tudo o que você pretende fazer na vida. São seus objetivos, seus sonhos, suas resoluções para o novo milênio. As pessoas costumam ter como ambição ganhar muito dinheiro, casar com uma moça ou um moço bonito ou viajar pelo mundo afora. A mais pobre das ambições é querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si só não é objetivo: é um meio para alcançar sua verdadeira ambição, como viajar pelo mundo. No fim da viagem você estará de volta à estaca zero quanto ao dinheiro, mas terá cumprido sua ambição.

As pessoas mais infelizes que eu conheço são as mais ricas. Quanto mais rico, mais infeliz. Nunca me esqueço do comentário de uma copeira, na casa de um empresário arquimilionário, que cochichava para a cozinheira: "Todas as festas de rico são tão chatas como esta?" "Sim, todas, sem exceção", foi a resposta da cozinheira.

De fato, ninguém estava cantando em volta de um violão. Os homens estavam em pé numa roda falando de dinheiro, e as mulheres numa outra roda conversavam sobre não sei o que, porque eu sempre fico preso na roda dos homens falando de dinheiro.

Não há nada de errado em ser ambicioso na vida, muito menos em ter "grandes" ambições. As pessoas mais ambiciosas que conheço não são os pontocom que querem fazer uma IPO (sigla de oferta pública inicial de ações) em Nova York. São os líderes de entidades beneficentes do Brasil, que querem "acabar com a pobreza do mundo" ou "eliminar a corrupção do Brasil". Esses, sim, são projetos ambiciosos.

Já ética são os limites que você se impõe na busca de sua ambição. É tudo o que você não quer fazer na luta para conseguir realizar seus objetivosComo não roubar, mentir ou pisar nos outros para atingir sua ambição. A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos não mostram ambição, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ética. Se o filho colou na prova, não importa, desde que tenha passado de ano, o objetivo maior.

Algumas escolas estão ensinando a nossos filhos que ética é ajudar os outros. Isso, porém, não é ética, é ambição. Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambição de todos, ou pelo menos da maioria. Aprendemos a não falar em sala de aula, a não perturbar a classe, mas pouco sobre ética. Não conheço ninguém que tenha sido expulso da faculdade por ter colado do colega. "Ajudar" os outros, e nossos colegas, faz parte de nossa "ética". Não colar dos outros, infelizmente, não faz.

O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética, quando o certo seria o contrário. Por quê? Dependendo da ambição, torna-se difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos. Quando percebemos que não conseguiremos alcançar nossos objetivos, a tendência é reduzir o rigor ético, e não reduzir a ambição. Monica Lewinsky, uma insignificante estagiária na Casa Branca, colocou a ambição na frente da ética, e tirou o Partido Democrata do poder, numa eleição praticamente ganha, pelo enorme sucesso da economia na sua gestão.

Definir cedo o comportamento ético pode ser a tarefa mais importante da vida, especialmente se você pretende ser um estagiário. Nunca me esqueço de um almoço, há 25 anos, com um importante empresário do setor eletrônico. Ele começou a chorar no meio do almoço, algo incomum entre empresários, e eu não conseguia imaginar o que eu havia dito de errado. O caso, na realidade, era pessoal: sua filha se casaria no dia seguinte, e ele se dera conta de que não a conhecia, praticamente. Aquele choro me marcou profundamente e se tornou logo cedo parte da ética na minha vida: nunca colocar minha ambição à frente da minha família.

Defina sua ética quanto antes possível. A ambição não pode antecedê-la, é ela que tem de preceder à sua ambição.

terça-feira, 19 de junho de 2012

FILME DA MAFALDA







Mafalda foi uma tira escrita e desenhada pelo cartunista argentino Quino. As histórias, apresentando uma menina (Mafalda) preocupada com a Humanidade e a paz mundial que se rebela com o estado atual do mundo, apareceram de1964 a 1973, usufruindo de uma altíssima popularidade na América Latina e Europa.  Mafalda foi muitas vezes comparada ao personagem Charlie Brown, de Charles Schulz, principalmente por Umberto Ecoem 1968.
A personagem, cujo nome foi inspirado pela novela Dar la cara, de David Viñas, e alguns outros, foi criada em 1962 para um cartoon de propaganda que deveria ser publicado no diário Clarín. No entanto, Clarín rompeu o contrato e a campanha foi cancelada.
Mafalda somente se tornou um cartoon de verdade sob a sugestão de Julián Delgado, na época o editor-chefe do hebdomadário Primera Plana e amigo de Quino. Foi publicado no jornal de 29 de Setembro de 1964, apresentando somente as personagens de Mafalda e seus pais, e acrescentando Filipe em Janeiro de 1965. Uma disputa legal surgiu em Março de 1965, e assim a publicação acabou em 9 de Março de 1965.
Uma semana mais tarde, dia 15 de Março de 1965, Mafalda começou a aparecer diariamente no Mundo de Buenos Aires, permitindo ao autor cobrir eventos correntes mais detalhadamente. As personagens Manolito e Susanita foram criadas nas semanas seguintes, e a mamãe de Mafalda estava grávida quando o jornal faliu em 22 de Dezembro de 1967.
A publicação recomeçou seis meses mais tarde, em 2 de Junho de 1968, no hebdomadário Siete Días Illustrados. Como os quadrinhos tinham que ser entregues duas semanas antes da publicação, Quino era incapaz de comentar as notícias mais recentes. Ele decidiu acabar com a publicação das histórias em 25 de Junho de 1973.
Desde então, Quino ainda desenhou Mafalda algumas poucas vezes, principalmente para promover campanhas sobre osDireitos Humanos. Por exemplo, em 1976 ele fez um pôster para a UNICEF ilustrando a Declaração Universal dos Direitos da Criança.

Personagens


§  Mafalda: A personagem principal, uma menina de seis anos de idade, que odeia sopa e adora os Beatles e o desenho Pica-Pau. Ela se comporta como uma típica menina na sua idade, mas tem uma visão aguda da vida e vive questionando o mundo à sua volta, principalmente o contexto dos anos 60 em que se encontra. Tem uma visão mais humanista e aguçada do mundo em comparação com os outros personagens.
§  Papá (Pelicarpo, 29 de Setembro de 1964): O pai trabalha numa companhia de seguros, adora cultivar plantas em seu apartamento e entra em crise quando repara na sua idade.
§  Mamã (Raquel, 6 de Outubro de 1964): Típica dona de casa, não completou os estudos (por isso é vista como medíocre pela Mafalda), entra em conflitos com a filha quando prepara sopas e macarrão.
§  Filipe (Felipe) (19 de Janeiro de 1965): Um sonhador que odeia a escola, mas que frequentemente trava intensas batalhas com sua consciência e seu senso nato da responsabilidade. Foi inspirado pelo jornalista Jorge Timossi, um amigo de Quino.
§  Manolito (Manuel Goreiro "Manelito") (29 de Março de 1965): O filho de um comerciante, mais preocupado com os negócios e dinheiro do que com outra coisa, não gosta dos Beatles e é um estudante que tira notas baixas (menos em matemática, por causa das contas que aprende no mercado do pai). Representa o conservadorismo capitalista na obra, apenas pensando no lucro do armazém de seu pai. Também adora inflações dos preços, pois assim acha que está lucrando.
§  Susanita (Susana Beatriz Clotilde Chirusi) (6 de Junho de 1965): Uma menina fútil. Seu único objetivo na vida é encontrar um marido rico e de boa aparência quando crescer e ter uma quantidade de filhos acima da média. É uma grande fofoqueira e egoísta, e sempre encontra um jeito de falar sobre o vizinho do irmão da cunhada de alguém.
§  Guille "Gui" (Guillermo, "Guilherme") (1968): O irmão caçula da Mafalda, esperto para sua idade, é retratado como uma criança que começa a perceber o mundo.
§  Miguel "Miguelito" Pitti: Amigo de Mafalda, um pouco mais jovem do que os outros. Filho único, com um personalidade única, mas com um coração enorme. Miguelito tem dificuldade de compreender o que Mafalda pensa, sempre entendendo os conselhos de sua amiga de maneira literal. Além disso é um personagem egocêntrico, que parece achar que o mundo gira à sua volta.
§  Liberdade (Libertad) (15 de Fevereiro de 1970): Uma minúscula menina. Todos fazem o comentário óbvio sobre seu nome. Gosta das coisas simples da vida e seus pais são jovens idealistas, a mãe é tradutora, o pai trabalha em um "empreguinho", por isso moram em um pequeno apartamento.
§  Burocracia: É a tartaruguinha dada por seu pai a Mafalda e Guile. Foi batizada por Mafalda por ser tão vagarosa, só aparece a partir do livro "as férias da Mafalda".

Livros e traduções

A maioria das histórias que não eram intimamente relacionadas com a atualidade da época e com eventos hoje esquecidos têm sido reeditadas em livros. Isso exclui os primeiros, publicados no Primera Plana, mas jamais reimpressos em livros até 1989.

·       Mafalda (1966)
·       Así es la cosa, Mafalda (1967)
·       Mafalda 3 (1968)
·       Mafalda 4 (1968)
·       Mafalda 5 (1969)
·       Mafalda 6 (1970)
·       Mafalda 7 (1972)
·       Mafalda 8 (1973)
·       Mafalda 9 (1974)
·       Mafalda 10 (1974)
·       Mafalda Inédita (1989)
·       10 Años con Mafalda (1991)
·       Toda Mafalda (1992)
·       El Mundo de Mafalda (1981) (desenho animado)

Apesar de a maioria das histórias terem sido traduzidas em diferente línguas europeias, bem como em chinês tradicional e simplificado, elas foram raramente publicadas em inglês; na verdade, jamais nos Estados Unidos.




domingo, 17 de junho de 2012

20 anos depois, Rio volta a discutir futuro do planeta


VI EM http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,20-anos-depois-rio-volta-a-discutir-futuro-do-planeta,882757,0.htm

Conferência que marca duas décadas da Rio-92 aborda a sustentabilidade como prioridade global

Herton Escobar - O Estado de S. Paulo
Vinte anos atrás, representantes de mais de 170 países, incluindo 108 chefes de Estado, reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir o futuro do planeta, numa conferência histórica que ficou conhecida como Rio-92. Dela nasceram vários acordos importantes; entre eles, a Convenção sobre Mudança do Clima, para tratar do problema do aquecimento global, e a Convenção da Diversidade Biológica, para promover a conservação da biodiversidade.
População, recursos e meio ambiente são alguns dos fatores que compõem o debate sobre o planeta - Arquivo/AE
Arquivo/AE
População, recursos e meio ambiente são alguns dos fatores que compõem o debate sobre o planeta
Vinte anos depois, milhares de governantes, diplomatas, ambientalistas, empresários, cientistas e outros representantes da sociedade civil ao redor do mundo estão mais uma vez a caminho da Cidade Maravilhosa para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20 –, que ocorre do dia 13 ao 22.
O desafio é essencialmente o mesmo de duas décadas atrás: fazer as pazes entre crescimento econômico, justiça social e conservação ambiental. Promover o chamado desenvolvimento sustentável, “que atenda às necessidades das gerações presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades”, segundo a definição oficial, de 1987.
A conscientização global sobre a importância da sustentabilidade aumentou expressivamente desde a Rio-92. Mas os problemas permanecem. A população mundial, que era de 5,5 bilhões em 1992, agora é de 7 bilhões, e a pressão sobre os recursos naturais é cada vez maior.
O momento é crítico, mas a crise econômica e os fracassos diplomáticos dos últimos anos geraram um cenário pouco favorável à discussão de compromissos ambientais, sem os quais o desenvolvimento sustentável se torna insustentável. Se a Rio+20 servirá apenas para reafirmar velhos problemas ou para oferecer novas soluções, só as duas semanas de negociação poderão dizer.
DEZ TEMAS PARA UM PLANETA SUSTENTÁVEL
Economia Verde
Um dos temas mais importantes da conferência é também um dos mais abstratos, podendo ser definido de diversas maneiras.
De forma geral, a ideia é promover modelos econômicos mais favoráveis ao desenvolvimento sustentável, que incorporem critérios de sustentabilidade ambiental e social – e não apenas econômicos. Pela definição do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a economia verde tem três características básicas:emite pouco carbono,utiliza os recursos naturais de forma eficiente e promove a inclusão social.
Por exemplo, economias que privilegiem o uso de energias renováveis, reciclagem de lixo,conservação da biodiversidade e valorização dos povos tradicionais.
Em contraste com os modelos atuais, caracterizados pelo uso de combustíveis fósseis, extinção de espécies, degradação ambiental e desigualdades sociais.
Água
A água é um recurso finito. Só 1% dos recursos hídricos da Terra estão disponíveis para consumo humano, na forma de água doce e líquida na superfície. Outros 99% são de água salgada nos oceanos ou congelada nos polos. O uso sustentável dos recursos hídricos, portanto, é essencial à sobrevivência humana. A poluição, o desperdício e o aumento da demanda, impulsionado pelo aumento da população global, fazem da água um recurso cada vez mais escasso e caro de se obter, até mesmo nos países ricos. Uma situação que só tende a se agravar com as mudanças climáticas.
A atividade que mais consome(e desperdiça) água no planeta é a agricultura, seguida pela indústria. Nas cidades, o problema é agravado ainda mais pela falta de saneamento básico e tratamento, que impossibilita o consumo das fontes de água mais acessíveis, gera doenças e agrava as condições de pobreza.

Agricultura
A produção de alimentos estará presente em quase todas as discussões da Rio+ 20, tanto pelo aspecto de segurança alimentar e combate à pobreza quanto por sua vulnerabilidade às mudanças climáticas. A população mundial, hoje de 7 bilhões, deverá chegar a 9 bilhões em 2050, aumentando ainda mais a demanda por alimentos – e,consequentemente, pelos recursos necessários para produzi-los, como solo, rios e oceanos saudáveis.
O grande desafio, portanto, é produzir mais alimentos com menos recursos, menos espaço e menos impacto ao ambiente. Um desafio conflituoso, simbolizado no Brasil pelas discussões sobre o novo Código Florestal, cuja solução envolve uma série de questões políticas, econômicas e tecnológicas. Segundo a organização da ONU para agricultura (FAO), em 2009, o número de famintos atingiu um recorde: mais de 1 bilhão de pessoas.
Energia
Há mais de 150 anos a economia global depende quase exclusivamente dos combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão mineral) para fazer quase tudo, desde movimentar tratores no campo até alimentar caldeiras e gerar eletricidade para cidades inteiras. Isso causou boom de desenvolvimento, mas também ao acúmulo de gases do efeito estufa (principalmente dióxido de carbono, CO2) na atmosfera – causa do aquecimento global. Sem falar nos conflitos geopolíticos e econômicos associados.
Apenas 16% da energia consumida no mundo hoje é oriunda de fontes renováveis, como eólica, solar, hidráulica e de biomassa. Aumentar essa parcela e reduzir a dependência dos fósseis é, talvez, o maior desafio do desenvolvimento sustentável – e da Rio+20. A transição carece de investimentos, tecnologia e políticas de incentivo. E de acordos que estabeleçam metas para tal.
Clima
As mudanças climáticas não aparecem com destaque na agenda de negociações da Rio+20, porque já contam com um fórum específico de discussão, que é a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (que deu origem ao Protocolo de Kyoto e estabelece metas de redução de emissões). Ainda assim, é inevitável que o tema aparece com destaque na conferência, já que suas consequências são globais e atingem todos os setores da economia e da sustentabilidade ambiental e social – em especial, a produção de alimentos e a ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações.
Apesar dos esforços, as emissões globais de gases do efeito estufa continuam a crescer. As negociações esbarram em disputas sobre as responsabilidades de países desenvolvidos versus em desenvolvimento, um debate que deve se repetir na Rio+20.
Biodiversidade
A destruição das florestas tropicais, como a Amazônia, é o sintoma mais emblemático da relação conflituosa entre homem e meio ambiente, entre crescimento econômico e conservação ambiental. Cerca de 130 mil km² de florestas são derrubados por ano no planeta para dar lugar a plantações, pastagens e cidades, ou simplesmente para obtenção de madeira. É uma das causas primordiais da extinção de espécies, já que as florestas são o maiorr eservatório de biodiversidade terrestre do planeta.
A conservação da biodiversidade é um tema já contemplado pela Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU. Mas a expectativa é que também faça parte dos debates da Rio+20, pois está intrinsecamente relacionada à conservação das florestas e outros ecossistemas essenciais para a produção de água, estabilidade climática e outros serviços ambientais indispensáveis.
Oceanos
Os oceanos cobrem 72% da superfície terrestre. São o maior hábitat do planeta, com a maior quantidade e diversidade de formas de vida. São também o maior reservatório natural de carbono e de energia térmica, essenciais para a regulação climática do planeta. Além de ser fonte básica de renda e alimentação para bilhões de pessoas.
No entanto, apenas 1% dos oceanos estão protegidos por unidades de conservação. Grande parte das espécies marinhas exploradas comercialmente já estão ameaçadas de extinção, com graves consequências para o equilíbrio ambiental dos oceanos e a sustentabilidade econômica da pesca. Há ainda o problema da poluição e da acidificação da água, causada pelo aumento das concentrações deCO2 na atmosfera. Historicamente negligenciados nas políticas de conservação, os oceanos deverão ganhar destaque na Rio+20.
Pobreza
É o principal desafio social relacionado ao desenvolvimento sustentável. Pobreza e degradação ambiental estão intimamente relacionadas, principalmente nos países em desenvolvimento, onde muitas populações dependem da exploração predatória dos recursos naturais, por meio da pesca ilegal, do tráfico de animais ou do desmatamento.
Nas cidades, essa ligação também existe, com impactos graves sobre a saúde e a qualidade de vida das pessoas. No modelo econômico tradicional, pobreza gera degradação ambiental e compromete o desenvolvimento econômico, o que gera mais pobreza,num ciclo vicioso de insustentabilidade.
Numa lista de objetivos prioritários da conferência divulgada pelo Brasil, o primeiro item é: “A incorporação definitiva da erradicação da pobreza como elemento indispensável à concretização do desenvolvimento sustentável”.
Povos Tradicionais
Os povos tradicionais – como os índios e ribeirinhos da Amazônia, os Inuits do Ártico, os povos das montanhas nos Himalaias, os aborígenes da Austrália, os maoris do Pacífico – são os principais guardiões da sabedoria associada aos recursos naturais e, em muitos casos, os guardiões na prática de áreas protegidas. Contraditoriamente, porém, esses povos são frequentemente os que menos têm voz nas decisões sobre o ocorre em seus territórios. E vivem muitas vezes em condições de abandono, até forçados a praticar crimes ambientais ou migrar para as cidades para sobreviver.
É desafio do desenvolvimento sustentável dar voz e qualidade de vida a eles, respeitando e preservando suas culturas e práticas tradicionais. Em um evento paralelo à Rio+20, índios brasileiros e outro povos tradicionais farão debates numa aldeia montada em Jacarepaguá, chamada Kari Oca.
Cidades
É no ambiente urbano que os sintomas do desrespeito ao desenvolvimento sustentável se tornam mais agudos e evidentes, na forma de poluição, pobreza, problemas de saúde, trânsito caótico, lixo, solos contaminados, custos de vida cada vez mais altos e outros problemas típicos das cidades “modernas” – especialmente nos países em desenvolvimento.
O Brasil tem exemplos emblemáticos, como o Rio Tietê, que passa como um esgoto a céu aberto por São Paulo, e o aterro de Jardim Gramacho, no Rio, fechado na semana passada, que por 34 anos funcionou à beira da Baía de Guanabara (também altamente poluída). Problemas ambientais que afetam diretamente a qualidade de vida das pessoas. As cidades são também grandes fontes de emissão de gás carbônico, principalmente por conta dos combustíveis veiculares.  E quanto pior o trânsito, maiores as emissões.

RELÓGIO DA TERRA

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