quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A Era Analógica acabou, mas nem tudo mudou.

Subtítulo: vivemos a mixórdia insuportável dos restos de herança analógica misturados à novidade da Era Digital.

Pobre da Geração Analógica que, de repente, viu seu mundo inundado por um Tsunami de sopa de letrinhas: USB, Ipod, 3G, Wireless, Bluetooth, iPaq, MP3, Twitter, MSN, Lan House, Google, SMS,FTP, Linux, KaZaA, World of War Craft, MMS, Wi-Fi, Palm Top...

Quem não nasceu rodeado de tecnologia, não teve tempo para digerir a nova lógica surgida quando a Internet fugiu dos círculos acadêmicos e invadiu as casas. Antes você via TV, escutava rádio, lia jornais, consultava listas telefônicas e dicionários e o seu carro era equipado com uma peça paleolítica chamada carburador.

A Geração Digital surgida nos anos 90 não tem mais idéia de algumas destas coisas, mas isto, longe de ser um déficit de conhecimento que antigamente envergonhava as gerações mais novas, passou a ser fonte de suplantação: os nativos tecnológicos se acham superiores aos dinossauros analógicos.

Áudio analógico.
Gravador K7, gravador de rolo, amplificador valvulado, LP, mesa de som, rádio.
A grande fonte de renda das gravadoras fonográficas globais foi o áudio analógico. Com a extinção da era analogia, os grandes impérios do entretenimento que fizeram miliardários do porte de Maddona, Michael Jackson, Rolling Stones e Prince, encolheram e diminuem cada vez esmagados sob o peso da música “on demand”, aquela que você baixa diretamente da Internet para o seu celular.

O que não mudou? Algumas gravadoras voltaram a prensar LPs. Algumas bandas só usam mesas analógicas, tipo o Rappa. Porém, este fenômeno não pode ser considerado como um ressurgimento no pleno sentido da palavra, pois são movimentos criados para atender nichos de mercado.

Imagem analógica.
Fotografia de filme, Videocassete, cinema, super8, monitores de computador, televisão.
Você se lembra da época em que comprava filmes 35mm e fitas de videocassete para ver no seu aparelho VHS? Mas, nem tudo mudou na área da imagem, pois você ainda assiste TV analógica e provavelmente o seu monitor de computador, mesmo sendo LCD, é analógico.

O que não mudou? A TV analógica continua aí e, apesar dos investimentos pesados do governo na malfadada TV Digital, as casas continuarão durante alguns anos sendo servidas pelo sinal da TV convencional, ainda mais porque, enquanto a audiência da Internet cresce geometricamente, o público de TV micha cada vez mais. Acredito que a TV, como nós a conhecemos, será totalmente engalfinhada pela Internet e se tornará um produto destinado a atender um mercado de nicho.

Comunicação analógica.
Telefone fixo, PABX, celular analógico, radioamador.
Por incrível que pareça nestes instantes em que estou digitando este texto, meu computador está ligado à Internet usando uma conexão DSL que usa um Modem. O que é um Modem? É um dispositivo Modulador/Demodulador que contorna o problema da minha linha telefônica ser do tempo do Sr. Graham Bell, o inventor do telefone no século XIX. Ou seja, a minha casa ainda é servida por um aparato vitoriano, portanto, para se adaptar à era digital precisa de um aparelhinho que converta o sinal analógico, que chega pelo par de fios de cobre, em sinal digital para eu me conecte ao Mundo Novo.

O que não mudou? Não importando o meio, se Wireless ou fibra ótica, enquanto não for universalizado o acesso ao sinal puramente digital, não a era analógica não terá se extinguido completamente.

Informação analógica.
Jornais, revistas, livros, periódicos, dicionários, lista telefônica.
Fiquei perplexo um dia destes quando uma cunhada me telefonou pedindo para que eu pesquisasse na lista telefônica o número do hospital da minha cidade. Foi como a materialização de um dinossauro falando ao meu ouvido; respondi para ela que há anos eu não consultava aquele livro grande cheio de letras pequeninhas. Então, como já estava com a página do Google aberta na minha frente, escrevi o nome do tal hospital e em 2 segundos estava no Site, onde havia telefone, endereço, email, etc. Evidentemente a minha cunhada é da Geração Analógica e não se deu conta que as listas telefônicas morreram há anos.

Nota: na casa da criatura analógica citada há mais de um computador per capita, ou seja, não é por falta de hardware que ela ainda não aprendeu a usar a Internet para fazer coisas úteis.

Há eras não consulto mais dicionários e vislumbro que os jornais se tornaram chupadores de conteúdos da Internet, sem é claro, dar os devidos créditos, prática comum de jornalistas tungadores.

O que não mudou? Ainda há muita mídia impressa. Na realidade, optamos pelo corte de árvores quando compramos um jornal. Felizmente a era dos grandes jornais está acabando. O dia 29/05/2009 marcou a última edição do decano jornal Gazeta Mercantil, editado desde 1920. Para quê precisamos de jornais se estamos online todo o tempo?

Consideração final: é preciso dizer que torço para que acabe logo esta praga da Era Analógica, para que possamos finalmente dizer aos nossos netos que um dia cortamos árvores para termos informações nas mãos?

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