Veja os comentários de professores por áreas:
Prova de ciências da natureza
Para Edison Camargo, do Etapa, os enunciados estavam muito grandes, o que cansou e intimidou os alunos. “A prova tinha mais conteúdo do que os anos anteriores, mas está muito longe da Fuvest.” Segundo ele, caíram temas previsíveis, como aquecimento global, chuva ácida, lixo reciclado. “Foi muita química ambiental com química do cotidiano.” Camargo diz que foram exigidas contas em apenas duas questões e que o nível de dificuldade foi médio, idêntico ao da prova que vazou.
Marcio Ferreira de Novaes, do Cursinho da Poli, avalia que as questões não foram adequadas. “Era possível respondê-las sem saber química. Havia, inclusive, uma pergunta sobre o que é carbonila, algo irrelevante, que não mostra se o candidato sabe ou não química.”
Angelo Antonio Pavone, do Etapa, considera que a prova foi bem contextualizada, mas que trouxe textos longos, que exigiam leitura atenta. Entre os temas cobrados, ele destaca: ecologia, tópicos atuais, como construção de estradas, usinas hidrelétricas e a compostagem do lixo, biotecnologia (insulina com bactérias). “Foi uma prova abrangente. Caiu pouca coisa de fisiologia humana, mas caiu bastante ecologia.”
Na parte de biologia, professores do Cursinho da Poli apontam problemas numa questão sobre a transmissão de informação genética nos sistemas biológicos. Segundo eles, se o aluno considerasse o modelo dado no enunciado, ele conseguiria chegar numa resposta. No entanto, o modelo é incoerente com a realidade.
Para Cláudio Souza Behr, do Etapa, os enunciados estavam bastante longos e a provas foi bastante conceitual e cobrou conteúdo. “A maioria das questões de física não envolviam contas, mas as que pediam cálculo eram trabalhosas.” Segundo ele, a prova foi quase monotemática e predominaram questões de energia e potência.
Bassam Ferdinian, do Cursinho da Poli, também avalia que a prova foi mais trabalhosa do que em anos anteriores. "Foi abrangente e pediu tópicos de eletricidade, calorimetria, velocidade e conversão de energia."
Para a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, do curso Objetivo, a prova foi bem feita, porém trabalhosa. "Exigiu leitura muito cuidadosa dos textos, que estavam longos", comentou. "Normalmente, o Enem apresenta questões interdisciplinares mas desta vez pediu conhecimentos 'puros' de história e geografia", acrescentou. Outra modificação, segundo a professora, foi o fato da exigência de conhecimentos de história ter sido muito maior do que nos anos anteriores. Para ela, a prova de história estava mais difícil do que a de geografia.
Na opinião de Rogerio Forastieri, do Etapa, a prova não correspondeu ao anunciado pelo governo, que dizia que não haveria decoreba na prova. “Dá para fazer uma brincadeira e dizer que já estão treinando para a Copa para que todo mundo treine chutar. Foi uma prova de conteúdo, que, muitas vezes, aparece num tom enviesado.” Segundo ele, os tópicos foram abrangentes, mas houve uma ênfase na questão agrária, com “uma notável valorização das ações do MST e da Pastoral Terra”. Ele afirma que havia uma questão sobre Venezuela que era desnecessária.
Para Elias Feitosa, professor de história do Cursinho da Poli, os conteúdos cobrados foram bastante variados. “O grande problema é que os textos estavam longos e havia questões com erros conceituais.” Na pergunta que comparava a situação do Brasil no século 19 com o Haiti dizia que “havia rumores acerca da revolta escrava que circulava entre a população escrava”, mas, segundo ele, era entre a população branca. “Outra questão com problema conceitual era uma sobre o Egito, que dizia que somente os escravos construíram as pirâmides, o que não é verdade. Isso é uma visão que se tinha há uns 60 ou 70 anos.”
De um modo geral, a prova de geografia estava dentro da proposta, segundo André Guibur, do Cursinho da Poli. “Cobrava bastante interpretação de texto, figuras, mapas e charge. Os temas foram atuais, mas previsíveis, como sustentabilidade e questões ambientais.”
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